Dama da Noite
Praça molhada, ao meio do instante
instaura
o invólucro do verso.
Inversão, para a fluida manhã.
Chove
muito.
Folhagens,
linguagens, variações
da intimidade exterior.
Ruídos de ventos, em árvores e arbustos
cedem ritmo, ao coral da musa aquosa
que cai.
Choram de charme, as verduras
e brancuras do cenário.
A dama da noite esperará
impávida
a oferta aromática do pôr do sol.
Torce-se no eixo
a espiral dos sentidos.
Sombras na memória intuem
O chamamento é ancestral.
fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/france_gripp.html